Dentre as muitas punições historicamente praticadas contra os malfeitores, uma delas se destaca por ser muito severa: a exibição do corpo morto do bandido, pendurado pelos pés.
Além da morte, pune-se o criminoso com a vergonha e a desonra completas.
Somente os crimes que impliquem alta traição à nação de origem, bem como aqueles que ferem profundamente os princípios morais e éticos que sustentam a comunidade onde foram cometidos, são passíveis deste castigo.
Devido ao caráter de excepcionalidade dos crimes em questão, o ato de pendurar o corpo sem vida de criminosos é raro. Quando ele ocorre, cartazes com desenhos da cena são expostos em áreas públicas de grande afluência. Os cartazes cumprem a função de humilhar o morto, marcando na memória coletiva a imagem chocante da sua infâmia.
No Tarô, esta sentença é representada pelo Arcano 12, Pendurado. Esta carta vem demonstrar a importância de identificarmos os eventos, desejos e emoções que nos levam à desgraça, de modo a não vivenciarmos este tipo de circunstância novamente. Portanto, abrir os olhos para enxergar o mal em nós mesmos é condição para o aprimoramento pessoal.
Infelizmente, a tomada de consciência sobre as nossas mazelas opera-se em pendulações muito radicais. Na vida social, parece ocorrer o mesmo. Daí, a necessária exposição da derrocada dos grandes malfeitores. Sem isto, o risco do horror se repetir é bem maior.
Um exemplo relativamente recente desta punição remete ao linchamento do ditador fascista italiano, Benito Mussolini, a 28 de Abril de 1945. O seu corpo, junto com o da sua amante e de asseclas do regime fascista, foi levado a Milão. Ficaram expostos em praça pública e representam o fim de uma era de obscuridade política.
A fotografia deste fim desgraçado rodou o mundo em jornais e revistas e, tal como as de outrora, até hoje nos assombra. Ela exemplifica a punição cabível a governantes que lançam mão da maldade para a condução do seu povo. Isto, porque tais práticas implicam o assalto ao patrimônio público, o ataque injusto a opositores e a imersão da população num período sombrio de pânico e de ódio disseminados.