O que matou Prince?

… Se Prince não tivesse mergulhado numa religiosidade deste tipo, conseguiria ultrapassar a sua adicção? Quantos destes males individuais mostram-se coletivos, pela ação nefasta de segmentos religiosos? Em nome de quê eles ocupam lugar relevante nas memórias de tantos indivíduos espalhados pelo planeta? Serão eles também uns terroristas? … Continuar lendo O que matou Prince?

A Leitura de Morrissey

“[…] Twice I have so simply declared myself,
have possessed the enemy, eaten the enemy,
have taken on his craft, his magic.

In this way, heavy and thoughtful,
warmer than oil or water,
I have rested, drooling at the mouth-hole. […]”
Anne Sexton

O Coliseu dos Recreios ia enchendo-se aos poucos. Corri à pista porque não queria perder um segundo sequer deste primeiro concerto, daquela que poderá ser a última turnê mundial de Morrissey. Apesar das milhares de pessoas que foram chegando em cima da hora ao lugar, sentia-me preparado para um novo contato íntimo com um artista que, como poucos, conseguiu traduzir as dores e angústias de um adolescente homossexual e cheio de ‘desejos complexos’, como eu fora em 1983, e manteve a capacidade de me enternecer e de me fazer pensar, mesmo se tratando de um homem mais seguro de si, como eu sou hoje em dia.

A enorme tela branca na frente do palco deixava-me antever que algo especial ocorreria, um pouco antes de ele aparecer com sua voz naquele lugar, para dar o seu show.

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