Há séculos,
reside uma mulher idosa
ancorada entre as rochas,
em plena cidade, exilada.
Há quem lhe dirija a palavra,
há quem lhe compre sorvete,
quem lhe verta moedas,
ou quem lhe jogue água suja.
Há séculos,
existe esta mulher idosa,
para sempre condenada
a depender de ajudas.
Há quem lhe rogue uma praga,
há quem lhe doe cobertas,
quem lhe aperte as amarras,
ou quem lhe agite a revolta.