Morrer:
única verdade que acorda comigo pela manhã
e ao lado da qual eu sonho, feito um neném.
Francamente e sem derramar as minhas lágrimas,
assumo a minha dívida para com esta senhora sombria
a quem me entrego, para cultivar a prudência.
Aprender a morrer é tarefa dum ser que vive.
Aniquilar fórmulas prontas de pensar e de agir,
regurgitar agonias, em meio a xícaras de café com leite.
Entremeado pela repentino agrado
de me sentir renovado frente à vida,
eu morro, cada vez mais a cada dia.
Morremos todos cada vez mais a cada dia, mesmo aqueles que se regozijam com os atos do “mito”.
Estamos todos na mesma caravela 🚢