São luzes dentro da cabeça,
ultrapassando membranas,
formando sinapses,
tecendo sonhos.
Toda a vida gira na cachola,
feito barata tonta, que voa
e, não mais que de repente,
em emoção se revela.
Simples e perseverante,
produzida por lampejos.
Um sopro de pensamento
e a latente faísca aflora.
Quantas vezes estoura,
impaciente, a memória
relegada, a acentuar
a insanidade da gente?
A vida, impulso intransigente.
ora entrega sementes na galeria obscura,
ora cinzas na via tortuosa.
Desenhos de neon
na gambiarra pulsante,
numa noite iluminada
na cidade desperta.
Fagulha salta destemida
e, se preciso, repete,
consciente, sua piscadela
de vagalume vivente.
Sem que a morte acarrete
o fim da jornada,
e a estrada fluorescente
torne-se desértica.
Que nos ocorram os lampejos, as piscadelas, as faíscas! Gostei muito deste poema. Parabéns!