Uma personagem evoluiu em meio à bruma
e fez este poema da minha ânsia matinal:
e fez este poema da minha ânsia matinal:
“por trás do júbilo imbecil
dos integrados à sociedade
e à moderna tecnologia,
subsiste a fome estreita.
Dor contrita muitas almas espreita.
Vidas derribadas, esvaecidas no lodo da história.”
e à moderna tecnologia,
subsiste a fome estreita.
Dor contrita muitas almas espreita.
Vidas derribadas, esvaecidas no lodo da história.”
Minha cara expressiva com raiz silvícola
enfim compreendia
a vaziez da minha existência
embuçada até eu ler
os restantes versos do brumado menestrel:
enfim compreendia
a vaziez da minha existência
embuçada até eu ler
os restantes versos do brumado menestrel:
“infâncias sujas, maltratadas, desviadas,
açambarcadas aos cinco anos de idade
e antes dos dez o sexo, o balázio e a cachaça.
Descarado menoscabo brasileiro
das suas absolutas misérias”.
açambarcadas aos cinco anos de idade
e antes dos dez o sexo, o balázio e a cachaça.
Descarado menoscabo brasileiro
das suas absolutas misérias”.
Achei o texto muito oportuno para o dia de hoje, quando soubemos da notícia do grupo de crianças mantido em cativeiro por homens influentes a explorá-las sexualmente e a estragá-las com drogas. Parabéns pelo poema e pela sensibilidade!
Obrigado. Eu tenho na poesia uma casa para extravasar a minha revolta e a minha indignação.
O poema é forte, e o teu comentário é lindo e ainda mais poético e forte também.